sexta-feira, 16 de abril de 2010

O "TAU" na vocação Franciscana


O TAU é uma cruz com a forma da letra grega TAU (T). Além de ser um símbolo Bíblico é a última letra do alfabeto hebraico e a 19ª do grego, derivado dos Fenícios e correspondente ao "T" em Português.
Na bíblia o profeta Ezequiel ouviu Deus:

Na Bíblia o "Tau" foi utilizado pelo profeta Ezequiel: "E a glória de Deus de Israel se levantou do querubim sobre o qual estava, e passou para a entrada da casa e clamou ao homem vestido de linho branco, que trazia o tinteiro de escrivão à sua cintura. E disse-lhe o Senhor: passa pelo centro de Jerusalém e marca com um T as testas dos homens que suspiram e que gemem por causa de todas as abominações que se cometem na cidade". (Ez 9-3,4)

O Tau é a mais antiga grafia em forma de cruz e significa Verdade, Palavra, Luz, Poder e Força da mente direcionada para um grande bem.
O Tau, é a convergência das duas linhas: verticalidade e horizontalidade, significam o encontro entre o Céu e a Terra. Divino e Humano.
Em 1215 o Papa Inocêncio III prega um novo símbolo cristão e São Francisco, estando presente neste reunião, assume o Tau como símbolo de sua Ordem Religiosa: a Ordem dos Frades Menores.
Santa Clara, quando tratava dos doentes e enfermos com a imposição do TAU, invocava a Deus que curasse aqueles que padeciam e sofriam.
No Tau de São Francisco há três nós representando seus votos perante a Deus: Pobreza, Obediência e Castidade.

Significado do Tau

◦Lembrança da Redenção, da Cruz, do Amor.
◦Sinal de penitência e conversão interior.
◦Sinal de dor pelos pecados do mundo.
◦Rumo a uma espiritualidade sadia.
◦Recordação do nosso baptismo.Filhos de Deus.
◦Sinal dos que sofrem.
◦Sinal de Salvação.


São Francisco selava o que escrevia com o TAU, para significar a densidade do amor de Deus, concretizada na Cruz do Cristo, sinal de Salvação. Assim podemos ver na mensagem que redigiu a Frei Leão, e que este conservou até ao fim dos seus dias. Hoje está em exibição na Basílica de S. Francisco em Assis.

As influências do Tau em Francisco

As duas maiores influências directas em Francisco, em relação ao TAU, foram os antonianos e o Quarto Concílio Laterano.

São Francisco tomou o TAU e seu significado dos antonianos. Eles eram uma comunidade religiosa masculina, fundada em 1095, cuja única função era cuidar dos leprosos.Em seus hábitos era pintada uma grande cruz. Francisco tinha relações muito familiares com eles, porque trabalhavam na leprosaria de Assis, no Hospital de São Brás, em Roma, onde Francisco esteve hospedado.

No princípio da sua transformação interior, Francisco encontrou os antonianos e o símbolo do TAU. Mas a influência mais forte que fez do TAU um símbolo tão querido para Francisco e pela qual ele passou a usá-lo como sua assinatura, foi a do Concílio de Latrão.

Os historiadores defendem que Francisco estava presente nesse Concílio, no qual o Papa Inocêncio III fez o discurso de abertura, incorporando em sua homilia a passagem de Ezequiel (9,4) que diz que os eleitos, os escolhidos serão marcados com o sinal do TAU: "Percorre a cidade, o centro de Jerusalém, e marca com uma cruz na fronte os que gemem e suspiram devido a grandes abominações que na cidade se cometem" e acrescenta: "O TAU é a última letra do alfabeto hebraico e a sua forma representa a cruz, exactamente tal e qual foi a cruz antes de nela ser fixada a placa com inscrição de Pilatos. O TAU é o sinal que o homem porta na fronte quando - como diz o apóstolo - crucifica o corpo com os seus pecados quando diz: 'Não quero gloriar-me a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo foi crucificado para mim, e eu para o mundo' (...) Sejam portanto, mestres desta cruz!

Simples e basicamente, o TAU representa a CRUZ. Os Concílios da Igreja foram convocados para reformar a Igreja, cabeça e membros. Assim o grande tema da Reforma: pessoal, interior, conversão constante e mudança de vida. Aqueles que deviam comprometer-se com a conversão contínua, uma vida de constante penitência, deviam ser marcados com o TAU.

O TAU para Francisco é um sinal da certeza de salvação; é o sinal de universalidade da salvação e é o símbolo da conversão contínua.

Se tu permites ser marcado com o TAU ou usas o TAU, tu estás dizendo que te comprometeste com a conversão contínua, isto é, com o tema da Espiritualidade Franciscana. Não que tu estejas convertido de uma só vez, mas dia a dia, mês após mês, ano após ano, tu conservas o teu olhar fixo no Senhor como tua única meta, e caminhas em direcção a ele com a mente indivisa.

Quando Inocêncio III terminou sua homilia com "SEJAM OS CAMPEÕES DO TAU!" Francisco tomou estas palavras como dirigidas a ele e fez do TAU seu próprio símbolo, o símbolo de sua Ordem, de sua assinatura; mandou pintá-lo em toda parte e teve grande devoção a ele até o fim de sua vida.

Fonte: http://www.matrizsaofrancisco.com.br/index.php

terça-feira, 13 de abril de 2010

Muito mais que pedofilia - Cardeal Odilo Pedro Scherer (09/04/2010)


As notícias sobre pedofilia, envolvendo membros do clero,
difundiram-se de modo insistente. Tristes fatos,
infelizmente, existiram no passado e existem no presente;
não preciso discorrer sobre as cenas escabrosas de
Arapiraca... A Igreja vive dias difíceis, em que aparece
exposto o seu lado humano mais frágil e necessitado de
conversão. De Jesus aprendemos: “Ai daqueles que
escandalizam um desses pequeninos!” E de S.Paulo ouvimos:
“Não foi isso que aprendestes de Cristo”.
As palavras dirigidas pelo papa Bento XVI aos católicos
da Irlanda servem também para os católicos do Brasil e de
qualquer outro país, especialmente aquelas dirigidas às
vítimas de abusos e aos seus abusadores. Dizer que é
lamentável, deplorável, vergonhoso, é pouco! Em nenhum
catecismo, livro de orientação religiosa, moral ou
comportamental da Igreja isso jamais foi aprovado ou
ensinado! Além do dano causado às vítimas, é imenso o
dano à própria Igreja.
O mundo tem razão de esperar da Igreja notícias melhores:
Dos padres, religiosos e de todos os cristãos, conforme a
recomendação de Jesus a seus discípulos: “Brilhe a vossa
luz diante dos homens, para que eles, vendo vossas boas
obras, glorifiquem o Pai que está nos céus!” Inútil,
divagar com teorias doutas sobre as influências da
mentalidade moral permissiva sobre os comportamentos
individuais, até em ambientes eclesiásticos; talvez
conseguiríamos compreender melhor por que as coisas
acontecem, mas ainda nada teríamos mudado.
Há quem logo tem a solução, sempre pronta à espera de
aplicação: É só acabar com o celibato dos padres, que
tudo se resolve! Ora, será que o problema tem a ver
somente com celibatários? E ficaria bem jogar nos braços
da mulher um homem com taras desenfreadas, que também
para os casados fazem desonra? Mulher nenhuma merece
isso! E ninguém creia que esse seja um problema somente
de padres: A maioria absoluta dos abusos sexuais de
crianças acontece debaixo do teto familiar e no círculo
do parentesco. O problema é bem mais amplo!
Ouso recordar algo que pode escandalizar a alguns até
mais que a própria pedofilia: É preciso valorizar
novamente os mandamentos da Lei de Deus, que recomendam
atitudes e comportamentos castos, de acordo com o próprio
estado de vida. Não me refiro a tabus ou repressões
“castradoras”, mas apenas a comportamentos dignos e
respeitosos em relação à sexualidade. Tanto em relação
aos outros, como a si próprio. Que outra solução
teríamos? Talvez o vale tudo e o “libera geral”,
aceitando e até recomendando como “normais”
comportamentos aberrantes e inomináveis, como esses que
agora se condenam?
As notícias tristes desses dias ajudarão a Igreja a se
purificar e a ficar muito mais atenta à formação do seu
clero. Esta orientação foi dada há mais tempo pelo papa
Bento XVI, quando ainda era Prefeito da Congregação para
a Doutrina da Fé. Por isso mesmo, considero inaceitável e
injusto que se pretenda agora responsabilizar
pessoalmente o papa pelo que acontece. Além de ser
ridículo e fora da realidade, é uma forma oportunista de
jogar no descrédito toda a Igreja católica. Deve
responder pelos seus atos perante Deus e a sociedade quem
os praticou. Como disse S.Paulo: Examine-se cada um a si
mesmo. E quem estiver de pé, cuide para não cair!
A Igreja é como um grande corpo; quando um membro está
doente, todo o corpo sofre. O bom é que os membros
sadios, graças a Deus, são a imensa maioria! Também do
clero! Por isso, ela será capaz de se refazer dos seus
males, para dedicar o melhor de suas energias à Boa
Notícia: para confortar os doentes, visitar os presos nas
cadeias, dar atenção aos abandonados nas ruas e debaixo
dos viadutos; para ser solidária com os pobres das
periferias urbanas, das favelas e cortiços; ela
continuará ao lado dos drogados e das vítimas do comércio
de morte, dos aidéticos e de todo tipo de chagados; e
continuará a acolher nos Cotolengos criaturas rejeitadas
pelos “controles de qualidade” estéticos aplicados ao ser
humano; a suscitar pessoas, como Dom Luciano e Dra. Zilda
Arns, para dedicarem a vida ao cuidado de crianças e
adolescentes em situação de risco; e, a exemplo de Madre
Teresa de Calcutá, ainda irá recolher nos lixões pessoas
caídas e rejeitadas, para lavar suas feridas e
permitir-lhes morrer com dignidade, sobre um lençol
limpo, cercadas de carinho. Continuará a mover milhares
de iniciativas de solidariedade em momentos de
catástrofes, como no Haiti; a estar com os índios e
camponeses desprotegidos, mesmo quando também seus padres
e freiras acabam assassinados.
E continuará a clamar por justiça social, a denunciar o
egoísmo que se fecha às necessidades do próximo; ainda
defenderá a dignidade do ser humano contra toda forma de
desrespeito e agressão; e não deixará de afirmar que o
aborto intencional é um ato imoral, como o assassinato, a
matança nas guerras, os atentados e genocídios. E sempre
anunciará que a dignidade humana também requer
comportamentos dignos e conformes à natureza, também na
esfera sexual; e que a Lei de Deus não foi abolida, pois
está gravada de maneira indelével na coração e na
consciência de cada um.
Mas ela o fará com toda humildade, falando em primeiro
lugar para si mesma, bem sabendo que é santa pelo Santo
que a habita, e pecadora em cada um de seus membros;
todos são chamados à conversão constante e à santidade de
vida. Não falará a partir de seus próprios méritos,
consciente de trazer um tesouro em vasos de barro; mas,
consciente também de que, apesar do barro, o tesouro é
precioso; e quer compartilhá-lo com toda a humanidade.
Esta é sua fraqueza e sua grandeza!

Fonte: Card. Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo - SP

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Filho do céu - Pe Fábio de Melo

Filho do céu, filho do céu
Teu amor me faz vencer
Teu amor me faz dizer
Sou filho do céu

Revestido de tua glória
Consagrado a Ti, Senhor
Território santo eu sei que sou
Viverei pra proclamar, do céu eu sou


Sexta-feira Santa, Paixão de Cristo... O que somos, quem somos, onde estamos, o que fazemos???? Nos julgamos muito bons e nem percebemos a soberba q derramamos sobre nossos irmãos, nos julgamos humildes e humilhamos por tão pouco... Senhor, não somente a mim mas eo mundo em que vivo, ensinai a viver como Jesus viveu, oferecer sem esperar nada em troca... é o mínimo que podemos pedir.